Depois de 43 anos como pedra, Galvão Bueno vira vidraça…

Por: Redação Jornal Visão

O peso se ser vitrine não é fácil.

Galvão Bueno sempre gostou de estar nos holofotes.

Ele é o principal narrador do Brasil.

Sinônimo de jogos da Seleção, de Copa na Globo.

De acordo com colunistas especializados em tevê, seus salário chega a R$ 5 milhões. Mora grande parte do ano no principado de Monte Carlo. Já havia prometido que narraria o Mundial do Brasil, em 2014, e iria se aposentar. Mudou rapidamente de ideia.

Seu salário é altíssimo porque é absolutamente proibido de fazer propagandas. Sua imagem e voz são tão intrínsecas da Globo que não podem ser alugadas para empresa alguma.

O deixa claro quanto a emissora valoriza seu narrador.

Aliás, não se enxerga como narrador, mas como ‘vendedor de emoções’.

Ironia pura.

Ele sabe que manipula milhões de brasileiros. Os convence que um jogo ruim é excelente, emocionante, e que não pode deixar de ser visto. Valoriza como ninguém lances banais. Partidas de péssimo nível são narradas como inesquecíveis.

Tem 66 anos.

Sempre esteve cercado de poderosos, na política, no esporte, na alta sociedade. Nunca escondeu de ninguém que adora a noite.

“Sou baladeiro. Eu gosto de música, eu gosto muito da noite. Eu gosto é de viver. Gosto de dançar, sabe? Adoro dançar. Principalmente tango. Acho legal a final ter esse ritmo porque mostra bem a essência do povo argentino. E o samba, que é nosso, é aquela coisa muito mais gostosa. Um pouco daquilo de malandro é malandro, e mané é mané.”

 

Com a carreira de 43 anos consolidada, ele se aventurou em vários negócios. Foi um dos sócios que trouxe a Burger King para o Brasil. Depois, se afastou. Decidiu criar gado e investir na produção de vinhos. No Sul do país e até na Itália.

Só que a crise parece ter chegado à sua porta.

A revista Veja publicou ontem que Galvão não tem motivos para sorrir. Está com graves problemas financeiros. Só em um banco, sua dívida bateria nos R$ 30 milhões.

A notícia ganhou portais, jornais, repercutiu por todo o país.

É péssimo para a TV Globo.

Seu principal narrador com problemas financeiros.

As partidas que transmite envolvem muito dinheiro.

Como as corridas.

As lutas.

As provas olímpicas.

Um elogio de Galvão Bueno pode valorizar qualquer jogador.

Ou ainda um clube.

Um estádio.

Um piloto.

Um lutador.

Um atleta.

515 Depois de 43 anos como pedra, Galvão Bueno vira vidraça. E tem de explicar a dívida de mais de R$ 30 milhões. Ter a transparência que exige da CBF. Para o bem da Globo...

A sua imparcialidade, sua credibilidade são fundamentais.

Não podem ser questionadas, arranhadas.

A divulgação de sua dívida incomodou não só a ele.

Mas também como a cúpula da Globo.

Galvão percebeu a gravidade da situação.

Se apressou em mandar uma nota para a revista.

“O Grupo Galvão Bueno possui investimentos de longo prazo que demandam capital intensivo no período de sua implantação. A participação de capital de terceiros em paralelo ao próprio é, portanto, não só normal como determinante em negócios dessa natureza. A Bueno Wines (que tem operação própria e participação acionária em uma vinícola líder nacional) continua ampliando investimentos no mercado brasileiro de vinhos.⁠⁠⁠⁠”

A nota não contesta a dívida.

Pelo contrário.

Deixa entender que é o crescimento da Bueno Wines.

Sim.

Bueno por causa de Galvão Bueno.

Uma pessoa na sua posição precisa estar acima de qualquer dúvida. Galvão influencia milhões de pessoas. Tem enorme responsabilidade. E coloca não só o seu nome em jogo, mas o da própria TV Globo em toda transmissão. Não é segredo para ninguém que ele é a voz oficial da emissora no futebol. Quando ele criticava Dunga e Marco Polo del Nero, era a Globo que desejava atingir o ex-treinador da Seleção, pelos fracassos, como não classificar o Brasil para a Copa das Confederações de 2018.

E Marco Polo por não viajar para a Suíça, no sorteio das Eliminatórias. Sem ele para brigar pela emissora, os jogos do Brasil acabaram marcados em horários e dias que prejudicaram a grade de programação da Globo. Os ex-presidentes da CBF tinham como missão proteger, junto à Fifa, os interesses da emissora carioca.

A posição de Galvão Bueno é delicada.

Ele tem um programa no Sportv que se chama ‘Bem, Amigos”.

Costuma escolher quem leva.

Como quando levou o desempregado e ultrapassado técnico Vanderlei Luxemburgo. No programa ficou claro o desconforto dos demais companheiro de emissora em ter de questionar o treinador. A cada resposta sem conteúdo ou fantasiosa, Luxemburgo olhava para Galvão para buscar apoio.

Foi péssimo para Luxemburgo.

Horrível para Galvão.

Pior ainda para o Sport.

Galvão criticou Neymar no início da Olimpíada do ano passado. O jogador se revoltou. A ponto de não dar mais entrevista. Quando o Brasil foi campeão, Neymar se vingou. Ironizou as queixas de Galvão em um vídeo. E sua relação com a Globo nunca mais foi a mesma.

A emissora tenta se reaproximar do jogador.

Galvão está muito mais contido e elogioso em relação a Neymar, depois do ouro, da ironia. Teve de ceder. Mas ficou claro o peso de suas palavras.

Ou seja, quando é anunciado em praça pública que Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno está com dívidas de mais de R$ 30 milhões, não é só sua imagem que fica desgastada.

Muito pelo contrário.

A notícia atinge em cheio a TV Globo, o Sportv.

Ele que exige transparência à CBF, precisa dar o exemplo.

Mostrar ao público a verdade sobre sua vida financeira.

Não para o bem dele.

611 Depois de 43 anos como pedra, Galvão Bueno vira vidraça. E tem de explicar a dívida de mais de R$ 30 milhões. Ter a transparência que exige da CBF. Para o bem da Globo...

Mas das emissoras que pagam salários milionários.

E o fazem o mais importante narrador do Brasil.

Cada palavra.

Cada gesto.

Cada beijo na boca.

Cada postura não é apenas dele.

Mas do Galvão Bueno ‘da Globo’, do Sportv.

Essa notícia da Veja precisa ser melhor explicada.

Não só para o bem do narrador.

Do ‘vendedor de emoções’.

Mas da emissora que tem o monopólio do futebol neste país.

Não é fácil.

Depois de 43 anos de pedra, virar vidraça…

Por Cosmi Rímoli

Fonte: R7

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