Renan volta a atacar reforma da Previdência: “governo está encaminhando tudo errado”
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, voltou a criticar a condução da reforma da Previdência por parte do governo Michel Temer. Renan tem sido uma voz forte no Congresso contra a reforma, uma das principais bandeiras do governo.
Ao sair da reunião com sua bancada, na noite de quarta-feira (15), Renan disparou:. “Teremos uma conversa franca com o presidente Michel Temer. O governo está encaminhando errado. Agora ameaça inviabilizar a reforma da Previdência”
Em vídeo publicado em sua página no Facebook, o senador criticou a proposta do governo.
“O governo já inviabilizou o Refis. Não teve adesão absolutamente nenhuma. Se continuar dessa forma, o governo vai inviabilizar as outras reformas”, prosseguiu Renan.
Renan diz que reforma da Previdência tem ‘exageros’: ‘Da forma que está, não passa’
Na segunda-feira (13), Renan Calheiros já havia feito críticas ao projeto da reforma da Previdência. O senador afirmou que há graves equívocos na proposta. “Nós precisamos, claro, atualizar as regras da Previdência, fazer uma reforma. Mas essa proposta que o governo mandou para o Congresso, da forma como ela está, não tem condição nenhuma de passar”, afirmou o senador, acrescentando: “O Lula fez uma reforma, o Fernando Henrique fez uma, a Dilma fez uma e o Michel vai fazer a dele. Mas é reforma possível, não é a definitiva.”
Esta não foi a primeira vez que Renan entra em choque com o governo Michel Temer. Na semana passada, ele criticou a escolha de Osmar Serraglio (PMDB-PR) para o Ministério da Justiça, de André Moura (PSC-SE) para a liderança do governo no Congresso, e de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) para a liderança do governo na Câmara. Renan afirmou ainda que o governo Temer é alvo de uma disputa entre o PSDB e um grupo de deputados comandado pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Sobre a reforma da Previdência, Renan destacou: “Eu disse outro dia que exigir de um trabalhador nordestino que ele pague 49 anos de contribuição é porque não conhece a realidade da região”, disse, afirmando ainda que a proposta ainda tem “outros excessos”. “Há outros exageros, como na transição e na idade mínima, que não pode igualar o que é diferente. Precisa ter uma idade mínima para homem e outra para mulher, que também tem muito de seus afazeres. O Chile, a Argentina, a Itália, o Reino Unido têm idades diferentes, e precisamos fazer com que isso aconteça aqui no Brasil.”
Fonte: Jornal do Brasil