Vilão Financeiro: Novas Regras passam a valer para o Cartão de Crédito, entenda como elas funcionam!
O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu um limite de 30 dias para o uso rotativo do Cartão de Crédito, com a finalidade de baixar os juros cobrados nessa modalidade de crédito, considerada uma das mais caras do mundo. Segundo o conselho isso vai “tornar o uso do cartão de crédito mais eficiente e barato para o usuário e, ao mesmo tempo, ajudar as instituições financeiras a aprimorar o gerenciamento de risco do crédito”.
O comunicado aconteceu na última quinta-feira do mês de janeiro, no dia 26, e os bancos vão ter o prazo de até o dia 3 de abril para se adequarem à essa nova regra. O valor total da fatura do Cartão de Crédito poderá ser pago até a fatura do mês seguinte, ou seja, isso significa que o rotativo terá um prazo de 30 dias e, depois disso, o banco poderá apresentar ao cliente uma nova proposta mais vantajosa para o pagamento, em parcelas.
Para entender a mudança, atualmente acontece o seguinte: caso o consumidor não pague o valor total da fatura mensal, a dívida é jogada para o mês seguinte, com a cobrança dos juros do rotativo. Isso acontece todos os meses, sucessivamente, e vai acontecendo à cobrança de juros sobre juros. Com isso, em números, uma dívida de 5 mil reais pode se tornar um montante de 27 mil reais. É o que pessoal chama de “bola de neve”.
O valor é exorbitante e, em dezembro de 2016, chegou à uma taxa de 484,6% ao ano, segundo dados do Banco Central. Para ter uma medida comparativa, os juros do cartão de crédito consignado foram de 29,3% ao ano, no mesmo mês.
O portal UOL fez uma lista com as melhores dicas sobre o que fazer para não cair nessa cilada do Cartão de Crédito Rotativo e, o que fazer, caso isso aconteça. Veja!
- Pagar a Fatura Integral – Essa é a opção número 1. Para quem está com as contas em dias e ainda utiliza o Cartão para pagamentos parcelados, a dica fundamental é quitar a fatura até a data do vencimento. Essa é a melhor vantagem para evitar o pagamento de juros.
- Não aceitar a primeira Oferta – A alternativa oferecida pelo banco, quando não há o pagamento integral da fatura, nem sempre á melhor para você. A recomendação é pesquisar outras opções dentro do próprio banco e, por que não, em outras instituições.
“A concorrência, ainda que seja pequena, tende a aumentar com as mudanças, por isso, o consumidor deve ficar mais atento e pesquisar, se for o caso. Nossa expectativa é que os clientes troquem o rotativo do cartão (450% de juros) por uma modalidade com juros menor”, afirma Roberto Vertamatti, da Anefac (Associação dos Profissionais de Finanças). - Empréstimo Pessoal – O empréstimo pessoal, apesar de ter altas taxas também, pode ser uma alternativa “menos pior”. A simulação feita pelo UOL mostrou que com uma dívida de 1 mil reais no cartão de crédito, o consumidor poderá pagar mais de 2,2 mil reais no rotativo do cartão 12 meses depois. Já com a nova regra, as parcelas podem somar pouco mais de 1,7 mil reais. E, no caso dos Empréstimos Pessoais, o valor cairia para menos de 1,4 mil reais.
- Limite do Cartão de Crédito – Na nova regra não há nada explicitado sobre o limite do cartão de crédito, assim sendo, é o banco quem vai definir o critério para reestabelecer o limite original ou considerar que aquele novo empréstimo será restringido. É preciso muita atenção, então, para não ultrapassar o limite oferecido pelo banco.
- Migração do rotativo para financiamento alternativo – Isso não está claro se vai acontecer automaticamente, então, o cliente precisa entrar em contato com a sua agência bancária e expressar a escolha.
O que os bancos dizem
No geral, os bancos disseram ser a favor da decisão, mas poucos detalhes sobre as estratégias foram divulgadas. Veja algumas opiniões!
Banco do Brasil – Lançou uma campanha de Educação Financeira para quem usa o rotativo e está orientando os consumidores a usar para uma linha especial de parcelamento, com custo menor, mas não informou quais as taxas. “Os clientes podem ficar tranquilos porque tudo será comunicado previamente. Esse período de transição é justamente para definirmos as condições mais adequadas aos diferentes perfis dos nossos clientes”, disse Marcelo Labuto, vice-presidente de negócios de varejo da instituição.
7 MENTIRAS QUE OS BANCOS CONTAM E COMO NÃO CAIR NESSAS CONVERSAS FIADAS
Itaú Unibanco – Disse que desde 2012 adota o ItauCard 2.0, um modelo alternativo que tem juros menores. “De forma geral, acreditamos que ainda há espaço para redesenhar o sistema de cartão de crédito no Brasil, com um balanceamento dos custos dos vários tipos de pagamento e financiamento. As medidas do governo são um passo importante nessa direção”, disse Marcos Magalhães, diretor executivo da área de cartões.
Bradesco – Apenas disse, em nota, que é “um avanço que trará eficiência nas relações com os consumidores”.
Santander – “Existe uma complexidade operacional, que vamos superar para oferecer um crédito parcelado condizente com a capacidade de pagamento do cliente”. Foi o que disse o presidente do banco, Sério Rial.
Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal são os bancos mais reclamados dos últimos 2 meses: O Banco Central divulgou um levantamento com os bancos mais reclamados nos últimos 2 meses de 2016: Bradesco é o vencedor seguindo do Santander entre os grandes e o Safra, entre os médios. O ranking inclui apenas reclamações procedentes que são analisadas pelo BC, com o objetivo de saber se o banco descumpriu normas do Conselho Monetário Nacional (CMN). Leia Mais!
Desconto para pagamentos à vista
Uma mudança já havia sido anunciada no início do mês: a autorização para que os lojistas pudessem cobrar preços diferentes para um mesmo produto de acordo com a forma de pagamento. Ou seja, quando a compra é parcela, no caso do cartão de crédito, o produto, com certeza, terá um valor mais alto. Na prática, isso já funciona, é apenas uma “legalização” para a prática dos famosos “descontos para pagamentos à vista”.
Para o Proteste, entidade de defesa do consumidor, a medida não vai beneficiar o consumidor que já paga uma anuidade pelo cartão de crédito, enquanto o lojista economiza ao ser dispensado de fazer a análise do crédito do cliente.
Leia Mais: Cartão de Crédito já tem juros altos e agora ainda terá o preço diferenciado… Entenda essa história!
Recomendação: evitar fazer dívidas no Cartão de Crédito
O cartão de crédito é, como está no título, o vilão financeiro, sendo o principal responsável pelo endividamento das pessoas, dos casais e das famílias, como um todo. Para Everton Lima da unidade Alto Tietê, ele pode ser usado como um aliado para organizar o orçamento familiar, no entanto, é preciso muito cuidado.
“O cartão só se torna um vilão quando não se sabe como usá-lo. Normalmente, os bancos dão um limite acima da capacidade de pagamento do cliente”, afirma. Para complementar a ideia, Flávio Calife, economista da Boa Vista SCPC, diz que “O grande problema é quando ele vira uma extensão da renda. Antes de usar qualquer uma das modalidades de crédito, é preciso saber sobre os custos elevados”.
9 dicas realmente eficazes para renegociar dívidas com os bancos: Já falamos acima de uma regra, na qual, você deve usar apenas 20% do seu salário para quitar as dívidas. E é isso que você deve dizer ao seu banco, quando entrar em contato com ele. Afinal, não adianta negociar a dívida se você for aceitar qualquer valor estipulado por essas instituições financeiras, mesmo porque pode ser que você não tenha condição de efetuar tais pagamentos mensais.
O Blog Finanças Femininas, considera o cartão de crédito como um mau hábito, tanto é que desencadeia nas pessoas o efeito Avestruz, ou seja, dá vontade de enfiar a cabeça em um buraco, quando a fatura chega. No entanto, isso pode ser evitado, com o acompanhamento dos gastos ao longo do mês. “Se você sabe exatamente como estão suas despesas, então, não tem porque ter pavor quando a fatura chegar, afinal, você vai saber exatamente o tamanho dela”.
Pensando nisso, e com foco no perigo do parcelamento, listamos os 5 motivos para evitar a compra parcelada. Veja.
1 – Juros Embutidos – Não existe compra parcela sem juros, mesmo se você ler “Em 10 vezes sem juros”. A verdade é que os comércios embutem essa taxa no valor da compra. O que costuma funcionar muito bem é o parcelamento invertido, que funciona assim: se você quer comprar um celular de 2 mil reais, ao invés de fazer 10 pagamentos de 200 reais, você pode juntar o dinheiro necessário pelos 10 meses, e então, negociar por um valor à vista.
2 – Pagamentos à vista – Tenha concentração nos pagamentos à vista, assim, você vai saber quanto está gastando exatamente com aquele sapato luxuoso ou com aquela bolsa da Tommy. Usar o dinheiro à vista, vai te impedir de fazer muitas compras, que, no cartão, no parcelamento, parecem mais baratos do que realmente significam para o seu orçamento mensal.
3 – Pagamentos Longos – O pior de tudo é que você vai continuar pagando, por um bom tempo, por algo que já nem está tão novo assim. Quer história melhor do que a do Celular? Tem gente que ainda está no começo das parcelas e já deixar o bendito cair e espatifar-se no chão. Que dó! E roupa, então… Se for usada constantemente, a blusinha já vai estar bem velhinha quando você ainda estiver pagando as parcelas.
4 – Controle Financeiro – Uma compra aqui e outra acolá, no fim do mês, a soma vai ser assustadora. Com o Cartão de Crédito, é muito fácil perdermos o controle financeiro, o que pode agravar a situação financeira. Assim, você se tornará um grande candidato à tornar-se um endividado. E não esqueçam do famosinho “Bola de Neve”.
5 – Sem limites – O valor total das compras é contabilizado no seu cartão de crédito, assim, se continuar gastando muito e sem freio, uma hora que precisar, você pode estar sem limite para parcelar alguma compra mais urgente.
“O risco é a forma de utilização. Use-o com moderação e bom-senso, afinal, não existe almoço grátis. Tenha cuidado com fraudes. Se fizer compras pela internet, veja se o site é confiável. Não use o rotativo em hipótese alguma e se a fatura não estiver de acordo com o orçamento, você terá problemas”, conclui Alcidney Sentallin, professor de Finanças do IBE-FGV.
O que fazer? Caso você já esteja usando desenfreadamente o cartão, não crie pânico. A dica é “Encarar o Problema” e ter consciência de que é possível reverter a situação. Respire fundo e aceite a situação. Você precisa fazer algo à respeito. Agora, identifique a origem dos gastos e corte o que for necessário. Esqueça o cartão de crédito e pague à vista. Só assim sua vida vai começar a andar para frente.
3 notícias quentinhas sobre o “Cartão de Crédito”
- Cartão de Crédito poderá ser cancelado pela internet – O projeto de lei 1.327 de 2015, prevê que o fornecedor do serviço bancário, disponibilize o cancelamento de contratos em vigor através de caixa eletrônico, internet ou telefone. “Todas as empresas já utilizam meios tecnológicos para oferecer esse serviços”, afirma Andrés Soares, autor do projeto.
- Caixa Econômica Federal lança aplicativo para Cartão de Crédito – A ferramenta chama-se Cartões Caixa e permite que o cliente desbloqueie ou bloqueie o cartão, além disso, é possível liberar o uso no exterior e emitir faturas. O banco afirma que o serviço trará mais comodidade e segurança para os usuários, além de agilidade e conforto.
- Itaú e Multiplus lançam cartão conjunto – O ItáuCard Multiplus permite o acúmulo de 1,3 até 2,5 pontos por dólar gasto. “O objetivo é potencializar o acúmulo de pontos”, afirmou Marcos Magalhães. A parceria também prevê que os clientes selecionados receberão um prêmio de 100 mil pontos na adesão.
Fonte: Trovó Academy